Esgoto, lixo e até sofá poluem o Açude Velho, em Campina

   Poluição chama atenção dos moradores que passam pelo local diariamente a trabalho ou em caminhadas e sentem o mau cheiro de peixe morto e dos esgotos a céu aberto

Flávio Asevêdo

     Enquanto a cidade se ilumina para o Natal dos Sonhos e para receber turistas, o principal cartão postal de Campina Grande, o Açude Velho sofre com o recebimento de esgotos e lixo.

   A poluição chama atenção dos moradores que passam pelo local diariamente a trabalho ou em caminhadas e sentem o mau cheiro de peixe morto e dos esgotos a céu aberto.

    Entre garrafas, latinhas de refrigerante e sacos plásticos, até mesmo um sofá foi encontrado boiando em suas águas na manhã de ontem.

 

    “Precisa ser dada uma maior assistência e limpeza ao Açude. Tem dia que não aguento o odor que sai dele. Os peixes morrem por causa da poluição e o mau cheiro fica insuportável”, afirmou a campinense Jandilene da Silva Messiades. Para a comerciante Leila Braga, que trabalha todos os dias em frente ao Açude, a sujeira não se resume às águas, mas também à sua parte externa, em canteiros e pistas de caminhada. “Antes tudo aqui era varrido, mas agora está degradado. Fica um amontoado de lixo e um mau cheiro enorme. Ninguém aguenta mais. Abandonaram o Açude Velho”, disse.

    Apesar das reclamações, muitas pessoas carentes, inclusive crianças, ainda tentam pescar no local e afirmam que a água dá, até mesmo, para beber.

    “Há dez anos pesco aqui no Açude e tem dias em que consigo até cinco quilos de peixe. Junto com os eles vem saco de lixo, de pipoca, encontramos sapato, mas o peixe é bom”, afirmou Orlando Bocareli.

   De acordo com o secretário de Obras e Serviços Urbanos (Sosur), Ricardo Pedrosa, a limpeza é feita diariamente, mas pode haver esgotos clandestinos desembocando naquela área.

    “Diariamente é feito um serviço de limpeza, tanto na água quanto na área externa.Se foi encontrado um sofá, é porque ainda não tinha ocorrido a limpeza. Nós não temos um estudo ou indicadores sobre a qualidade da água, mas sabemos que alguns esgotos da cidade chegam lá, inclusive clandestinos”, disse Ricardo Pedrosa.