ECONOMIA:
ECONOMIA:
Economia
Edição de sábado, 6 de fevereiro de 2010
Poluição prejudica comerciantes de CG
Estabelecimentos à margem do Açude Velho registram queda de 50% nas vendas
A poluição registrada no Açude Velho, que vem causando grande mortandade de peixes e tornando o mais conhecido cartão postal de Campina Grande em um local inapropriado para as pessoas passarem algumas horas de lazer. Isso está prejudicando o faturamento dos comerciantes que possuem barracas instaladas às margens do reservatório. O mau cheiro, provocado pelos animais mortos e apodrecidos nas águas do manancial simplesmente torna insuportável para qualquer um permanecer nos estabelecimentos por muito tempo e fazer seus lanches e refeições normalmente.
Maria Nazaré Araújo, proprietária de um quiosque, reclama do mau cheiro Foto: Xico Morais/DB/D.A Press |
Os comerciantes do local calculam que o movimento de clientes, desde que se intensificou a mortandade dos peixes, diminuiu em mais de 50%. Maria Nazaré Araújo trabalha há dois anos em uma das barracas localizadas no entorno do açude e afirma que, a cada ano, a situação só piora, especialmente em épocas de calor, como a que está sendo vivenciada atualmente. "O sol forte torna mais intenso o odor e, com isso, as pessoas não aguentam ficar na barraca, porque o mau cheiro incomoda muito", disse.
A barraca onde Nazaré trabalha tem capacidade para atender 120 pessoas de uma só vez. Antes da fedentina, ocasionada pela poluição do açude, o local estava sempre com fluxo intenso de clientes. Nas últimas semanas, em nenhum dia o estabelecimento conseguiu chegar à sua capacidade máxima de atendimento. Ontem, por exemplo, desde o horário de abertura, às 8h, até o final da manhã, totalizando quase quatro horas de funcionamento, Nazaré não tinha atendido um cliente sequer.
A barraca onde Nazaré trabalha tem capacidade para atender 120 pessoas de uma só vez. Antes da fedentina, ocasionada pela poluição do açude, o local estava sempre com fluxo intenso de clientes. Nas últimas semanas, em nenhum dia o estabelecimento conseguiu chegar à sua capacidade máxima de atendimento. Ontem, por exemplo, desde o horário de abertura, às 8h, até o final da manhã, totalizando quase quatro horas de funcionamento, Nazaré não tinha atendido um cliente sequer.
Esse fenômeno poluidor causa prejuízos financeiros ainda mais críticos a Nazaré, por estar acontecendo no verão. Afinal, nesse período, os comerciantes esperam boas vendas. "Na estação do calor, sempre as pessoas costumam se reunir em grupos de amigos e sair para um happy hour. Aqui nós temos um cenário belíssimo e agradável, mas as pessoas não estão podendo curtir como deviam, porque ninguém consegue suportar essa podridão. Sendo assim, nós que mantemos comércio aqui, acabamos sofrendo um grande prejuízo", ressaltou.
Assim como Nazaré, os comerciantes do local esperam que os órgãos competentes tomem rápidas providências para reduzir a poluição no Açude e evitar maior prejuízo ao comércio. "Já está na hora de ser feita uma fiscalização rigorosa e proibir que essa enorme quantidade de lixo seja despejada no açude. Do jeito que está não pode mais ficar, porque de tempos em tempos o problema retorna e cada vez de forma mais grave", enfatizou a vendedora.
Oxigenação
Oxigenação
Na tentativa de minimizar o problema, a Secretaria de Obras e Serviços Urbanos (Sosur) da Prefeitura Municipal de Campina Grande (PMCG) iniciou, ontem, um trabalho de oxigenação das águas do Açude Velho. De acordo com o funcionário Declieux Martins, o bombeamento das águas será feito todos os dias, pela manhã e à tarde, evitando que a população de peixes morra por asfixiamento devido à poluição. O trabalho será contínuo e não tem data para ser encerrado.